EDUCAÇÃO JUAZEIRO

Educação: O ano letivo de 2020 foi perdido no município de Juazeiro?

O ano do 2020 deixará marcas em todos nós – os que sobrevivermos. Há grupos e pessoas mais vulneráveis. E há setores que poderão ser mais afetados, a educação é deles.

Nos últimos anos a educação do município de Juazeiro, foi sempre recheada de muito marketing e poucas evidências de sucessos, o apego foi sempre no nos números do índice do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Os municípios que tem melhores índices do IDEB nem sempre demonstram sucessos educacional na vida dos alunos, principalmente porque educação é um conjunto, não se pode creditar uma educação de sucesso, com melhorias e avanços apenas numa modalidade de ensino.

No início do ano letivo o município suspendeu as aulas em toda rede, a Secretaria de Educação (SEDUC) passou quase um mês sem saber o que fazer para prover o ensino mesmo em tempos de pandemia. A secretária de educação, que uma indicação política, pouco soube como lidar com um momento tão complexo para que os alunos fossem minimamente assistidos pela equipe pedagógica.

Criou-se as aulas online, mas esqueceram que cerca de 60% ou mais dos alunos da rede não tem acesso a internet ou a um equipamento, computador ou um celular para assistir as ditas aulas online.

Esqueceram também que os professores poucos são motivados a desenvolverem aulas com inovação tecnológica, pois na maioria das escolas municipais não tem laboratórios de informática, e os recursos tecnológicos quando não existem, não estão disponíveis para os professores.

Mesmo com todas as evidências que a educação no município em tempos de pandemia é um fracasso, a propaganda oficial mostra que os acessos a plataforma digital é um “sucesso”. Eles gostam de engabelar com números, a prova é o índice do IDEB.

Depois das fatídicas aulas online, a secretaria de educação criou as “Aulas Itinerantes”, no vídeo de lançamento da “novidade educacional”, para “alcançar” os alunos que não tiveram condições de acessar a plataforma digital, aparece o prefeito Paulo Bomfim (PT) todo sem jeito, entregando um kit de material escolar a um aluno no Distrito do Salitre.

Preocupados com a educação? Não, as “Aulas Itinerantes” foi uma forma de fazer política em tempos de pandemia, ir nas comunidades, fazer o corpo a corpo junto a população, principalmente com a mais carente.

Ainda há tempo para que a SEDUC reveja os procedimentos pedagógicos, e possa fazer um plano pedagógico de retomadas das atividades presenciais com cronograma de reposição de aulas, com a definição de estratégias de reposição, replanejar o ano letivo; preparar as escolas com atividades lúdicas e psicopedagógicas e formar equipe multiprofissional para atender a comunidade escolar, em especial nas questões psicossociais.

Por fim, precisa criar um plano de gestão de crise para lidar com os possíveis eventos desfavoráveis do pós-pandemia.

Juazeiro tem perdido muito com tantos descasos em todas as áreas, com a educação é a perda mais efetiva, porque lida com as representações simbólicas, com a cultura; com a autoestima; com os sonhos; com as esperanças; com o fortalecimento identitário, e com o engradecimento do município enquanto região e polo de desenvolvimento socioeconômico.

Perdemos o ano letivo escolar? Ainda não sabemos, mas a gestão ganhou economizando com a merenda escolar, com energia, com água e com outras despesas. Deixaram de comprar? Não, continuam comprando alguns itens como se as aulas tivessem existindo presencialmente.

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