Quando o PC do B assumiu a prefeitura de Juazeiro em 2009, as políticas de afirmação ou de compensação estavam em alta no governo de Lula, os municípios somente as reproduziam na sua totalidade, inclusive o partido em Juazeiro nunca teve um projeto para governar a cidade, teve a sorte de ter um governo federal com recursos e políticas públicas em pleno vapor.
Na gestão de Isaac Carvalho (2009 a 2012) o partido não teve um negro, um homossexual e uma mulher para disputar com chances uma vaga na Câmara de Vereadores. Na composição do secretariado a única mulher foi Maria José (PC do B), mas logo saiu para dar lugar a um homem.
Durante a gestão de Isaac Carvalho (2013 a 2016) novamente é marcada pela ausência da participação de mulheres, além de Célia Regina (PT) teve também contadora Zalitéa Mendes, com rápida participação.
No mandato de Paulo Bomfim (2016 a 2020), teve pouca participação das mulheres na linda de frente do governo. Embora tenha tido três mulheres como secretárias, todas foram partes de acordos políticos, e não da compreensão do protagonismo sociopolítico da mulher.
Na disputa por uma vaga na Câmara em 2016, mulheres com trajetórias de lutas, como: Maria José, Lorena Pesqueira, Carmem da Maniçoba, Poliane Amorim, foram preteridas por Hélio, Agnaldo Meira; Alex Tanuri, Reinaldo Sabino e Anastácio. As feministas ficaram caladas, algumas até fizeram campanha para os machos, héteros e misóginos.
Segundo informações, durante os último 12 anos aconteceram alguns casos de assédios sexuais a mulheres, teve até secretário que mudou de secretaria em razão das denúncias. Houve também o grave caso de assédio a uma jornalista, o agente político teve depois que pedir desculpas para não ser processado.
A política para mulheres desenvolvida durantes toda a gestão foram de muitos discursos e tímidas ações, mas políticas efetivas de empoderamento feminino não aconteceram.
Nesses últimos anos, mulheres pobres penaram e sofreram com as mortes do seus filhos na maternidade de Juazeiro, a violência contra a mulher não foi combatida, o engajamento da mulher na política não foi fomentado, nem sequer fortaleceram o que já existiam, o Centro Integrado de Apoio a Mulher (CIAM) foi esvaziado, para ser somente lembrado no dia 08 de março, o Dia da Mulher.
Agora no final da gestão, o prefeito Paulo Bomfim (PT) recria nos moldes petista o PGP – Programa de Governo Participativo, e nesta terça-feira (25) convida as mulheres para a “construção do Programa de Governo”. A Live contará com a participação de figuras como a secretária estadual de Políticas para Mulheres, que estar secretária não somente por sua luta, mas por ser uma indicação política do deputado federal Valmir Assunção (PT).
O Movimento Feminista em Juazeiro enquanto estiver subordinado a partidos políticos, vai ficar fácil, e soa como hipocrisia gritar fora de “casa” com aqueles que oprimem as mulheres, e aceitar convenientemente a opressão dentro de “casa”, pela simples razão de não querer perder emprego ou de não querer expor o partido. A luta e a causa devem ser sempre maiores do que partidos e acordos.
Crescemos numa sociedade onde os padrões patriarcais, racistas, misóginos estão enraizados de tal maneira que nos amarram os pés, sem nosso esforço por soltar-nos será impossível avançar. Esses padrões nos ditam normas, e uma pauta a seguir que as vezes somos incapazes de questioná-los.