O Governo do Estado da Bahia nos últimos 7 anos adotou uma política de retirada e supressão de direitos dos servidores conquistados a duras penas nas últimas décadas, em duros e prolongados embates político-sindicais. Não obstante haver sucateado o serviço público do ponto de vista da disposição de recursos para custeio da máquina e de investimentos para sua permanente eficiência administrativa que são absolutamente imprescindíveis para a não obsolescência da condição de prestação dos serviços públicos aos baianos ignorou que a atividade pública é de estado e não do governo do PT.
Neste diapasão as universidades estaduais foram suas maiores vítimas. De modo deliberado e irresponsável, o governo cortou, contingenciou e reduziu brutalmente os recursos repassados às universidades. Para o Governo da Bahia as quatro universidades (UNEB, UESF, UESB e UESC) são mastodontes, inúteis e inservíveis, e por esta razão não se viu compelido a apoiar o fortalecimento das instituições de ensino, pesquisa e extensão da Bahia. Malgrado estarem há 7 anos sem reajuste salarial, e de uma redução brutal de recursos para pesquisa, extensão, infraestrutura, nada, nem mesmo, a grande quantidade de alunos baianos que estudam e confiam nas estaduais sensibilizaram o governador que prefere dedicar seus esforços a construção da ponte Salvador – Itaparica e de estradas.
A destruição do ensino na Bahia em todos os níveis é constatada por qualquer pessoa de bom senso ou medianamente informada pois é interessante e curioso o silêncio do outrora combativo movimento sindical da CUT, que por qualquer razão, com ou sem motivo, paralisavam o estado, promoviam greves e faziam enfrentamento aos governos ditos carlistas. No atual momento contudo silenciam, calam e se subordinam aos comandos da cúpula de plantão e assistem placidamente este desgoverno sucateando completamente as universidades estaduais
da Bahia.
Vive-se nestas universidades um clima de profunda indignação, paralisia moral, descaso generalizado, má gestão e profunda insatisfação contra as prejudiciais medidas deste governo insensato e irresponsável notadamente com o ensino que ocupa a pior posição no ranking entre os estados e em especial o superior ao lado da ciência e tecnologia a ponto de haver anulado a FAPESB e de haver transformado a Secretária de Ciência e Tecnologia num monumento a inutilidade, dado a sua ausência de qualquer ação importante ao desenvolvimento do estado. Sim, este governo que também conta com o obsequioso silêncio de grande parte dos deputados de situação e de oposição que assistem aos desmandos como os verificados nos órgãos públicos reduzidos à máquina de ação para um partido político e para ONG alinhadas, inclusive, recebendo repasses de recursos para suas ações.
A Bahia paga um elevado preço por ter um governo que destrói a universidade pública estadual os sonhos e a esperança de milhares de baianos e baianas que enxergam na universidade o caminho para ascensão social e melhoria de vida. A destruição deste importante patrimônio baiano resultará na perda de qualidade na formação de recursos humanos para o mundo do trabalho na indústria, serviços e agricultura. Na Bahia, percebe-se a clara opção por fragilizar e debilitar as universidades públicas e como o governo tergiversa, escamoteia a verdade e infelizmente ao não receber oposição firme e corajosa assisti-se a uma debacle a ponto de conspurcar consciências e tornar distante a esperança por dias melhores. Pobre Bahia!
Por: Eliete Cardoso – Professora Universitária
Fonte: JAP