BAHIA

PGE argumenta que reteve repasses da Aspra após caso Wesley

Quase dois meses após suspender pagamentos das mensalidades dos cerca de 15 mil associados da Aspra, o Governo da Bahia justificou que a Procuradoria Geral do Estado (PGE) foi responsável pela orientação de suspensão das mensalidades.

Conforme a justificativa da PGE, a Aspra assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que proíbe atos de greve. As mobilizações após a morte do soldado da PMBA Wesley Góes, no dia 28 de março, no bairro da Barra, seria a organização de “um movimento paredista envolvendo a classe dos Policiais Militares, a quem, de resto, tal não é atribuída em que face do que decorre do art. 142, § 3º, IV da Constituição Federal”, o que contrariaria o acordo.

Porém, no dia do ato, o líder da categoria, deputado Soldado Prisco, afirmou: “nós não vamos fazer greve, como eles tão achando que é isso”. “Quem descumpriu o TAC foi o Estado quando suspendeu o repasse mesmo sem sinalização de paralisação”, acrescentou.

A argumentação indignou diretores e militares que tiveram as mensalidades suspensas. Conforme a Aspra, a investida prejudicou cerca de 40 mil pessoas, entre funcionários, associados e familiares.

“Absurdo, abuso de autoridade, atitude ditatorial é o que temos visto. Estado tenta manipular a informação ao ponto de chamar de greve protesto em que se negou greve o tempo todo. Quero que apontem ao menos um policial que não tenha ido trabalhar. Não houve greve como se falou a todo tempo que não haveria. Foi pura retaliação e tentativa de nos calar”, reclamou o deputado estadual soldado Prisco.

O jurídico da Entidade afirmou em nota que “primeiro eles suspenderam e depois protocolaram o parecer da PGE”.

“É como condenar e aplicar pena sem antes processo judicial. Depois, o Estado foi acusador e julgador, retirando direito constitucional do militar a livre filiação? E ainda agiram de má-fé processual quando informaram em um dos processos que não tinham informações sobre o motivo da suspensão, mesmo depois da própria PGE encaminhar parecer ao Ministério Público Estadual alegando, com mobilizações do caso Wesley, que Entidade havia descumprido o TAC. Trata-se de uma série de arbitrariedades jamais vistas em Estado Democrático de Direito”, lamentou o coordenador jurídico da Aspra, Jeoás Santos.

Informe Bahiano