JUAZEIRO

Juazeiro: As muriçocas voltaram ‘vitaminadas’ e com gosto de ‘cal’ na boca. “As bichas atacam durante o dia todo”

Já faz alguns anos que as muriçocas incomodam a população juazeirense, afastam visitantes, ocasionam doenças e outros incômodos. Vez por outra aparece um especialista passando receita pronta para acabar com as muriçocas. Nesse sentido, as gestões já tentaram de tudo: carro do fumacê (a base de óleo diesel) limpar os canais, fazer drenagem dos diversos canais que cortam a cidade, cobrir os canais etc.  No início da gestão da prefeita Suzana Ramos (PSDB) conseguiu uma trégua, uma paz momentânea, mas não durou muito.

Segundo um especialista ouvido pelo blog, cada espécie de mosquito tem horários preferenciais para se alimentar. O Aedes aegypti (vetor da dengue, chikungunya, zika e da febre amarela em áreas urbanas), por exemplo, possui hábitos totalmente diurnos, atacando mais no início da manhã e no final da tarde. Já os insetos do gênero Culex, representados pelo pernilongo comum, tem hábitos noturnos e preferem picar as pessoas no período de repouso, durante o sono.

“E pelo que parece as muriçocas voltaram “vitaminadas” e com gosto de “cal” na boca. Antes todos já sabiam que horas as danadas saiam das centrais de distribuição para atacar, agora elas estão tentando recuperar o tempo perdido, e estão durante o dia inteiro tirando a paz da população”.

A professora Ednalva Costa relata que há cerca de três meses a situação está insuportável. “Quando limpa a lagoa, tem pouca muriçoca, mas quando passa dois, três meses sem limpar, fica horrível. Tem três dias que eu não sei o que é dormir. A gente deita para dormir e acorda duas, três vezes na madrugada. Tem dia que fico só esperando o dia amanhecer”.

Quem também se sente incomodada é a dona de casa Lucimar Silva. “Temos que economizar energia e se não ligar o ventilador, não tem como conseguir dormir. Não sabemos nem o que fazer. As crianças estão todas aqui feridas por causa das picadas das muriçocas”, esclarece.

A senhora Cristina Souza moradora do bairro Alto do Alencar, diz que a prefeitura faz a limpeza dos canais e recolhimento do lixo. “A prefeitura mandou uma equipe que vem e limpa tudo direitinho, mas as pessoas que moram próximo não tem consciência e jogam lixo. Termina que cria todo tipo de inseto. Tem ratos, baratas e moscas também. Os moradores deviam ajudar e não jogar nada aqui”.

Um especialista informa destaca que o depósito de lixo em canais, rios e lagoas também contribui para a maior disseminação do mosquito. “Outro fator primordial o saneamento. A muriçoca tem seu ciclo reprodutivo na água suja, então fossas estourada, esgotos e canais sem drenagem são locais propícios a isso”, explica.

Recomendação médica

Em último grau, principalmente em crianças, há chances de as infecções evoluírem para quadros mais graves, como doenças renais.  A recomendação é que as pessoas utilizem repelentes biológicos, à base de fitoterápicos, como citronela ou angiroba. É importante que a população tome cuidado com os produtos industrializados, pois eles também podem causar alergias ou outros problemas, a exemplo, do “pau da muriçoca”, que está sendo muito utilizado pela população.