O presidente do Instituto Butantan Dimas Covas disse que a nova variante da Covid-19 vai chegar ao Brasil, se ela já não estiver circulando dentro do país. Batizada de Ômicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a cepa B.1.1.529 foi identificada pela primeira vez na África do Sul e já se espalhou aos quatro continentes. Ela aparenta se disseminar relativamente mais rápido.
O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, disse nessa sexta-feira que há possibilidades de circulação no Brasil da variante Ômicron. Barra Torres afirmou, no entanto, que ainda não há registro oficial da nova cepa no país.
“Realmente a possibilidade existe, não temos como dizer que é zero chance de já estar no Brasil, que não é possível. A possibilidade de termos algum caso que não tenha sido identificado existe, é uma possibilidade, mas até o momento não existe”, comentou o representante da Anvisa em entrevista à CNN.
De acordo com Nogueira, a decisão foi tomada em conjunto com os ministros da Saúde, Justiça e Infraestrutura. A restrição começa na segunda-feira e vai atingir os passageiros vindos de África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.
O primeiro caso confirmado da B.1.1.529 foi em um paciente testado no dia 9 de novembro, segundo informações da OMS. Desde então, o país identificou cerca de 100 casos da variante, principalmente em sua província mais populosa, Gauteng. Ainda não se sabe exatamente como ela surgiu.
Uma das hipóteses, formulada por um cientista do UCL Genetics Institute em Londres, é que o novo coronavírus tenha evoluído durante uma infecção crônica de uma pessoa imunocomprometida, possivelmente em um paciente com HIV/AIDS não tratado. Acredita-se que outra variante de preocupação, a Beta, identificada no ano passado também na África do Sul, pode ter vindo de uma pessoa infectada pelo HIV.
Essa variante apresenta 50 mutações no total. Isso é quase o dobro do número de mutações da Delta. Apenas na proteína spike, usada pelo vírus para invadir as células e que é alvo da maioria das vacinas contra a Covid-19, são mais de 30. Evidências preliminares sugerem que ela aumenta o risco de reinfecção, é mais transmissível e menos suscetível às defesas geradas pelas vacinas.
Por: Agência O Globo