Morreu no sábado (22/1) o monge budista vietnamita Thich Nhat Hanh, aos 95 anos, informa a emissora estatal britânica BBC. Ele ganhou fama no ocidente ao apresentar a prática do “mindfulness”.
Muito cultuada no universo do “coaching”, essa prática é um tipo de meditação em que você se concentra em estar intensamente consciente do que está sentindo no momento, sem interpretação ou julgamento. Praticar a atenção plena envolve métodos de respiração, imagens guiadas e outras práticas para relaxar o corpo e a mente e ajudar a reduzir o estresse.
De acordo com a BBC, Hanh “faleceu pacificamente” no templo budista Tu Hieu em Hue, no Vietnã.
Um prolífico autor e ativista da paz, o monge é muitas vezes chamado de o “pai da atenção plena”, devido ao mindfulness.
Thich Nhat Hanh foi exilado na década de 1960 depois de se opor à guerra contra os Estados Unidos. Durante o auge da Guerra do Vietnã (1955-1975), ele se encontrou com Martin Luther King, persuadindo o líder americano dos direitos civis a se manifestar contra o conflito.
King mais tarde indicou Hanh para o Prêmio Nobel da Paz, descrevendo-o como “um apóstolo da paz e da não violência”.
Depois de saber da morte do monge, a filha de Luther King, Bernice, compartilhou uma imagem do pai e do monge juntos, revela a BBC.
O vietnamita passou décadas na França durante o exílio e viajou pelo mundo criando mosteiros e centros de meditação, conhecidos como Plum Village.
Durante sua vida, Thich Nhat Hanh escreveu mais de 100 livros que foram traduzidos para mais de 40 idiomas. Sua última obra foi publicada em outubro de 2021.
Em 2018, ele retornou ao Vietnã e foi autorizado a passar seus últimos dias no templo Tu Hieu. Segundo a BBC, ainda não está claro se o governo vietnamita fará alguma cerimônia oficial no funeral do monge, que deve começar neste sábado e durar cinco dias.