BRASIL POLÍTICA

Ciro fala de ‘esquerdismo infantil’ e diz que Estado deve arbitrar pouco em pauta de costumes

Após reafirmar sua posição político-ideológica como centro-esquerda, Ciro Gomes (PDT) criticou o que chamou de “esquerda infantil” e a apropriação de pautas identitárias e de costumes no Brasil.

“Essa esquerdinha que perdeu a noção depois que perdeu o norte com o fim da União Soviética, a queda do Muro de Berlim, se refugiou numa pauta identitária. Pega questões que são importantes, a questão dos negros e a discriminação e o preconceito racial, a questão das mulheres, a questão das comunidades LGBTQI+ que sofrem – é o lugar que mais mata gente por identidade de gênero é o Brasil -. E eles pegam essas questões, que são graves, e substituem no debate político a luta pela mudança. Ou seja, eles não mexem em juros, não mexem em sistema de imposto, não tocam nos bares, nos ricos, e ficam parecendo que são solidários com a causa dos discriminados, copiando uma espécie de esquerdismo infantil”, declarou o pré-candidato à presidência, em entrevista à Rádio Nova Brasil, na manhã desta quinta-feira (27). “E aí colidem com a moral popular”, arrematou.

Dizendo “estar noutra”, o ex-ministro fez um aceno aos conservadores e disse que na sua avaliação “organizar a família, educar os filhos, é tarefa que o governo deve entrar o mínimo possível”. “A gente tem que proteger a liberdade religiosa, proteger a família, que é a célula mátria da organização da sociedade, embora, pra mim, eu considero, como Lulu Santos, o nosso belo poeta, justa toda forma de amor. E eu acho que o Estado tem que garantir essas liberdades, respeitar a diferença, a diversidade, mas só até ai”, afirmou.

Para a economia, no entanto, Ciro disse que, caso eleito, pretende ser mais intervencionista, “Quero cobrar imposto dos mais ricos e fazer uma escola pública decente, uma saúde decente e uma oportunidade de trabalho decente pra maioria do povo que hoje não tem”, declarou.