BAHIA ESPORTE

Lenda do boxe baiano, Holyfield sofre com diabetes e depressão

A efeito de comparação, há sete anos, em 2015, quando fez a ‘luta do século’ contra o grande rival Luciano Todo Duro, o baiano estava pesando 30 kg a mais: 86 kg.

“Depois que minha mãe, Maria de Lurdes, morreu, no dia 28 de outubro do ano passado, ele passou a ficar mais debilitado, triste. Acho que foi quando a depressão começou”, disse Regina Célia, irmã do ex-lutador.

A situação complicada levou a família a procurar ajuda médica para Holyfield. Mas o ícone do boxe precisou passar por uma verdadeira peregrinação, até finalmente conseguir ser internado.

“Estamos há três dias levando ele em UPAs de Salvador, como do Largo de Roma, e voltando. Só estavam medicando e liberando, e o problema não resolvia”, relatou Érica.

Nesta terça-feira (10), o ex-lutador realizou mais uma tentativa, na UPA de Brotas. Após passar a manhã inteira no local, conseguiu, enfim, ser atendido, pela tarde. Após ser avaliado pelas equipes médicas e fazer exames, ele será encaminhado para o Hospital Municipal de Salvador (HMS), segundo informou a Secretaria Municipal da Saúde. Lá, será internado.

A situação complicada de Holyfield gerou campanha nas redes sociais. Uma delas, encabeçada pelo cantor e compositor Tonho Matéria, que pediu a mobilização do governador da Bahia, Rui Costa, e do prefeito de Salvador, Bruno Reis, além de deputados e vereadores, para ajudar o ex-boxeador a conseguir atendimento médico.

Ícone do boxe e heroísmo
Reginaldo da Silva de Andrade, o Reginaldo Holyfield, foi o principal nome do boxe baiano por um longo período e, antes de Acelino ‘Popó’ Freitas, era ele quem dominava a modalidade no estado.

Ao longo de sua carreira, conquistou nada menos que seis títulos brasileiros, quatro sul-americanos, seis latinos, um hispânico e dois mundiais pela Federação Mundial de Boxe (FMB), entidade considerada de segundo escalão do mundo do pugilismo. Todos na categoria supermédio.

O baiano também ficou famoso por protagonizar uma das maiores rivalidades do esporte, contra o pernambucano Luciano Todo Duro. A rixa entre os dois dura mais de 20 anos, e é tão grande que virou filme: A Luta do Século (2016), do cineasta Sérgio Machado.

Holyfield no lançamento do filme A Luta do Século
(Foto: Mateus Pereira/GOVBA)

Além da carreira nos ringues, Holyfield também ficou conhecido por um ato heroico. Em 2011, viu sua residência, em Massaranduba, pegar fogo e, em questão de minutos, conseguiu salvar seus dois sobrinhos – Samuel, que tinha três anos na época, e Mariana, então com 12 anos.

Reginaldo atravessou a casa em busca das crianças, que tinham ficado encurraladas pelo fogo. Acabou sofrendo queimaduras de 1º e 2º graus, nas mãos e pernas.

“Holyfield é aquela pessoa maravilhosa. Fez muito pelo nosso esporte”, disse Celestino Andrade, irmão do ex-lutador.

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