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Chegada do 5G no Brasil anima varejo de eletrônicos

A chegada do 5G ao Brasil deu uma injeção de ânimo no setor varejista de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, que representa 2,5% do PIB Industrial. O segmento apresentou uma retração de 24% nas vendas nos primeiros cinco meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo os dados compilados pela Associação Nacional dos Fabricantes Nacionais de Produtos Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Eletros), a expectativa é de recuperação parcial dos resultados no segundo semestre, impulsionada pela chegada da nova tecnologia, que deve trazer maior valor agregado aos produtos.
“O governo disse que até o final deste ano conseguirá alcançar todas as capitais. Se no meio do ano que vem tivermos nessas capitais ao menos 40% da nossa cobertura de internet 5G, teremos um ganho significativo no setor, que é a mola precursora”, declarou o presidente-executivo da Eletros, Jorge Nascimento, durante a Eletrolar Show All Connected, maior feira de negócios entre a indústria e o varejo da América Latina, que aconteceu nesta semana em São Paulo.
Para além de uma corrida para a troca de aparelhos celulares contemplados pelo sinal, a chegada da rede deve ampliar o uso da inteligência artificial (IA) e da internet das coisas (IoT), ou seja, produtos interconectados. “A indústria está com uma quantidade de lançamentos bem significativa e os avanços da tecnologia vão proporcionar uma nova experiência em segmentos da área de climatização, celulares, televisores, o mercado gamer, além da área de mobilidade urbana”, afirmou Carlos Clur, CEO do Grupo Eletrolar. Só o setor de games movimentou mais de R$ 2 bilhões no Brasil em 2021 e a previsão para este ano segue promissora, com uma expectativa de crescimento de 7,2%.
Apesar do cenário macroeconômico desafiador, caracterizado pela alta inflacionária, taxas de juros elevadas, variação cambial e elevado custo de produção, com o arrefecimento da pandemia, o setor de varejo passou a disputar parte da renda das famílias com o setor de serviços. “Na pandemia, apesar de um período caótico registrado nos primeiros meses, não apenas recuperamos as vendas como registramos resultados surpreendentes. O isolamento fez com que o consumidor investisse em melhorias no lar. Hoje, com a crise sanitária de certa forma sob controle, há uma expectativa de melhora no poder de compra”, avaliou o presidente-executivo da Eletros.
No geral, estima-se um aumento de 3,8% nas vendas do varejo este ano, de acordo com relatório da EMIS, plataforma digital do Grupo ISI Emerging Markets. O setor confia em uma recuperação moderada dos resultados no segundo semestre, período que concentra a sazonalidade das vendas de datas importantes para o segmento, como a Black Friday e o Natal. A Copa do Mundo, de acordo com representantes do setor, também deve se converter em um aquecimento nas vendas de alguns produtos, em especial de televisores.
Fonte: DP