Uma manobra da defesa do acusado de assassinar a menina Beatriz Angélica Mota, de 7 anos, vai atrasar o andamento do processo. Prevista para ser concluída nesta quarta-feira (23), a audiência da instrução e julgamento que pode levar Marcelo da Silva, 40, a júri popular, só deve ser finalizada no dia 15 de dezembro. A nova data foi marcada pela Justiça porque uma das oito testemunhas de defesa – um morador de rua – não compareceu ao Fórum de Petrolina. O advogado Rafael Nunes, que defende o acusado, insistiu na ouvida, mas a testemunha não foi encontrada.
Por causa disso, haverá nova tentativa de intimação para que ela compareça à audiência a partir das 9h na data marcada. O interrogatório do réu confesso, que precisa ocorrer após a ouvida de todas as testemunhas, também foi adiado. Lembrando que ele tem direito a permanecer em silêncio.
Após essa fase ser finalizada, o representante do Ministério Público e o advogado de defesa do réu vão apresentar as alegações finais. Por fim, a juíza Elane Brandão decidirá se Marcelo irá a júri popular. Nesta quarta-feira foram ouvidas duas testemunhas de acusação e mais seis de defesa (a sétima que estava presente foi dispensada pelo próprio advogado de Marcelo). Os depoimentos duraram cerca de dez horas – tempo próximo ao gasto na terça-feira, quando seis testemunhas de acusação foram ouvidas sobre a morte de Beatriz.
A imprensa não foi autorizada pela Justiça a acompanhar os depoimentos. Em frente ao fórum, pela manhã, houve uma mobilização comandada pela mãe de Beatriz, Lucinha Mota, que colou cartazes com a foto de Marcelo da Silva e com a palavra “assassino” em destaque.
Em entrevista à TV Jornal, na noite desta quarta-feira, pai de Beatriz, Sandro Romilton, afirmou que considerou a audiência bastante produtiva. Como não estava na condição de testemunhas, ele tem direito a acompanhar todos os depoimentos. “Saio cansado, mas satisfeito. Todos os depoimentos foram muito importantes. Acredito que a testemunha que a defesa insiste em ouvir não vai acrescentar muito. É mais uma estratégia da defesa para ganhar tempo. Vamos aguardar esperançosos“, disse.
Convicção
Na saída do fórum, na terça-feira (22), a mãe de Beatriz reforçou não ter dúvidas de que Marcelo da Silva é o culpado pelo crime, que aconteceu em Petrolina, Sertão de Pernambuco, em 10 de dezembro de 2015.
“Ele é o assassino. Eu jamais permitiria que um inocente pagasse pelo crime. A confissão dele foi espontânea, ele não foi forçado a nada. Ele é um covarde, tirou a vida da minha princesa. Há muitas provas, não temos dúvidas. A defesa não tem como contestar nada“, afirmou Lucinha à imprensa.
A mãe de Beatriz teve acesso à íntegra do inquérito policial, que contou com 5.831 páginas. A defesa do réu confesso alegou que Marcelo não estava no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora no momento do crime. Ao ser questionado por repórteres onde o acusado estaria, o advogado Rafael Nunes se negou a falar. “Isso será alvo do interrogatório“.
Fonte: JC Online