Preso preventivamente na Espanha desde o último dia 20, o jogador brasileiro Daniel Alves, de 39 anos, enfrenta a acusação de ter estuprado uma mulher em uma boate de Barcelona, em dezembro de 2022.
Tanto o atleta quanto a vítima prestaram depoimento perante as autoridades. A situação dele ficou mais difícil depois de as autoridades espanholas terem constatado contradições em suas falas sobre o caso.
No caso da mulher, a imprensa espanhola noticiou que diversos trechos dos depoimentos dela batem com que foi registrado pelas câmeras de segurança.
Recentemente, Daniel Alves contratou o advogado que defendeu Messi por fraude fiscal e o Barcelona no caso Neymar.
Veja abaixo a cronologia do que aconteceu na boate Sutton. Alguns trechos do texto a seguir podem servir de gatilho para casos de violência sexual e assédio.
Segundo o jornal espanhol “El Periódico”, a mulher estava na casa noturna com duas amigas no dia 30 de dezembro de 2022. Lá, teriam sido convidadas por meio de um garçom para a mesa de Daniel Alves, na área VIP.
Em um primeiro momento, teriam negado, mas, após insistência, foram até o local. O jogador teria começado a tentar flertar com as garotas, ficando perto delas e, então, tocando-as.
“Mais tarde, ele ficou atrás da vítima e começou a dizer coisas para ela que ela não entendia, possivelmente porque eram em português. Foi então que ele teria agarrado a mão dela e a levado ao seu pênis, gesto que repetiu por duas vezes, apesar da resistência dela. Então, apontando para uma porta que ela não sabia onde dava, Daniel Alves insistiu a ela para segui-lo e entrar”, aponta o “El Periódico”.
A mulher pontuou no depoimento que, quando percebeu que era um banheiro, tentou sair, mas que o jogador fechou a porta e a impediu de ir embora, ainda de acordo com a publicação.
Lá, teria acontecido o estupro. Os relatos são de que ele teria tentado forçá-la a fazer sexo oral, mas que a jovem resistiu. Eles teriam permanecido no banheiro por cerca de 15 minutos, ainda segundo o El Periódico.
Tatuagem pode incriminar jogador
Segundo o jornal “El Mundo”, a vítima declarou que ficou nítida durante essa agressão que o atleta brasileiro tem uma tatuagem em formato de meia-lua na parte de baixo do abdômen, o que pode ajudar a incriminá-lo.
Após a resistência, então, ele a agrediu e estuprou. Daniel Alves saiu antes dela do banheiro.
Contradições
Este é um dos pontos em que o depoimento do atleta se contradiz. Em um primeiro momento, teria negado que teve qualquer encontro com a jovem. Porém, em outra oportunidade, disse que teve relações consensuais com ela.
A vítima, ao sair do local, foi atendida pela equipe da boate, que acionou um protocolo contra casos de agressão sexual. O “El Periódico” informa que a polícia foi acionada, mas que Daniel Alves não estava mais na casa noturna quando os agentes chegaram.
Além disso, uma câmera acoplada à roupa de um dos agentes também mostra a vítima nervosa e chorando. Também há câmeras de segurança na sala VIP onde ambos estavam, mas não no banheiro. As imagens condizem com a versão da vítima (até onde foi gravado), informa o jornal.
A publicação espanhola também relata que, segundo a mulher, ela teria saído do local em estado de choque. Após ser atendida pela equipe da boate, teria sido transferida para um hospital, onde fez um exame “em busca de restos biológicos que ajudam a provar sua reivindicação [acusação]”.
Segundo as fontes do periódico, o laudo médico confirmaria que “há algumas lesões compatíveis com a luta”.
Prisão
Daniel Alves foi preso no dia 20 de janeiro após se apresentar voluntariamente a uma delegacia de Barcelona para prestar depoimento sobre o caso. Na última segunda-feira (23), ele foi transferido para uma prisão que abriga presos preventivos.
De acordo com apuração da CNN, a decisão foi tomada para garantir a segurança e a normal convivência do atleta.
Ainda na sexta, no mesmo dia de sua prisão, o Pumas, time mexicano que o lateral-direito defendia desde julho do ano passado, anunciou sua demissão.
Não se sabe exatamente quanto tempo Daniel Alves ficará preso. Porém, na segunda-feira, em entrevista à CNN, o advogado criminalista Leonardo Pantaleão afirmou que a prisão preventiva do jogador “pode durar até dois anos”, de acordo com a justiça espanhola.
Fonte: CNN Brasil