BRASIL

Amiga de Janja ganha cargo no gabinete de Lula e viaja com primeira-dama

Uma ex-sócia da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ganhou um cargo de assessora especial no Palácio do Planalto, com salário de R$ 13,6 mil. Lotada no gabinete pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Margarida Cristina de Quadros fez ao menos uma viagem oficial com Janja para compromissos sem a presença de Lula. O Palácio do Planalto nega que a primeira-dama a tenha indicado para a vaga.

Sob a justificativa de “suporte à comitiva presidencial” no Rio de Janeiro, Margarida acompanhou Janja na cerimônia de posse da presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), Maria Marighella, entre 1 e 3 de março. O custo das passagens aéreas da amiga ficou em R$ 5,1 mil.

Lula não participou da cerimônia. Entre 1 e 2 de março, o presidente ficou em Brasília. Segundo a agenda oficial, o presidente passou os dois dias em reuniões com ministros, fez um telefonema ao presidente do México, Andrés Manuel López Obrador e participou da cerimônia de lançamento do novo Bolsa Família.

No dia 3 de março, a agenda oficial de Lula registrou um voo de Brasília para Rondonópolis (MT), às 9h30. Na cidade, participou da cerimônia de entrega de unidades habitacionais e de um encontro com representantes do agronegócio. De lá, seguiu para São Paulo. Nesses dias, sua assessora especial estava no Rio, onde acompanhou Janja em um evento em 2 de março. No dia 3, Janja foi a Rondonópolis com Lula e Margarida voltou sozinha para Brasília.

A ex-sócia de Janja está lotada no gabinete de Lula desde 27 de janeiro. No ano passado, ela integrou a equipe de transição do governo Lula no grupo temático dos Direitos Humanos. Na transição, recebeu R$ 10,3 mil. Como assessora especial de Lula, o salário chegou a R$ 13,6 mil.

Margarida e Janja foram sócias na Princípio Consultoria, como mostrou a revista Veja. A empresa foi aberta em 2002 e extinta em 2021. A firma se dedicava a “atividades de consultoria em gestão empresarial” e “administração de caixas escolares”.

Vinícius Valfré/Julia Affonso/Estadão