Só no ano passado, cerca de 2,4 mil casos de violência de gênero foram registrados no país, sendo que quase 500 resultaram em feminicídios, de acordo com dados da Rede de Observatórios da Segurança.
Esse dado equivale a uma mulher sendo agredida no país a cada quatro horas. O tema é assunto de debate no 1° Encontro Nacional das Casas da Mulher Brasileira, em Brasília, que acontece entre esta segunda-feira (17/7) e esta terça-feira (18/7).
“Para que não tenhamos cada local com uma casa isolada, sozinha, nós precisamos ter uma linha de atendimento, uma linha da qualidade, da efetividade do resultado, enquanto uma política nacional que vai dar conta de respaldar a vida das mulheres e garantir segurança no atendimento”, ressalta a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
“Estamos falando de mulheres indígenas, negras, de periferia, quilombolas e ribeirinhas que estão em todos os lugares onde a violência também está muito presente. Então é muito importante essa adequação, esse olhar especial para essa diversidade. Não podemos mais pensar em uma casa com atendimento de forma padronizada”, diz a ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara sobre a importância do acolhimento diferenciado.
Casa da Mulher Brasileira
A Casa da Mulher Brasileira é uma instituição resultante do programa Mulher, Viver sem Violência, do governo federal, que está sob a alçada do Ministério das Mulheres e visa a facilitação de acesso a serviços especializados às mulheres vitimadas por violência de gênero.
Entre os serviços oferecidos, estão acolhimento e triagem; apoio psicossocial; delegacia; acesso à Justiça, ao Ministério Público e à Defensoria Pública.
Atualmente, o país conta com sete unidades da Casa da Mulher Brasileira, nas cidades de Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, São Paulo, Boa Vista, São Luís e Ceilândia, no Distrito Federal. Em março, 40 novas casas foram anunciadas pelo governo federal.