Líderes da federação partidária que reúne PT, PCdoB e PV trabalham ativamente para minar a candidatura do vice-governador Geraldo Júnior (MDB) a prefeito de Salvador e construir uma alternativa que unifique as três legendas na corrida pelo Palácio Thomé de Souza em 2024. De acordo com integrantes que possuem assento no núcleo-duro da federação, é cada vez maior a rejeição interna ao emedebista como opção para encabeçar a chapa majoritária da base aliada ao PT na disputa pelo comando da capital. “Há um processo em curso para desgastar Geraldo e evitar que ele ganhe corpo até o fim do ano. E isso passa pela construção de nomes capazes de aglutinar o campo da esquerda”, confidenciou um cardeal petista.
Análise combinatória
O cálculo feito por dirigentes do grupo formado pelos três partidos é que, se for apresentada uma candidatura de consenso na federação, o apoio das demais siglas virá por osmose. Entretanto, a estratégia depende do sucesso na operação para desgastar o vice-governador o quanto antes.
Ficha pregressa
A resistência a Geraldo Júnior, sobretudo entre parlamentares do PT e PCdoB, é alimentada por dois fatores. Em conversas reservadas, deputados e vereadores das duas legendas apontam principalmente a desconfiança em relação a ele, impulsonada pelo gesto de deslealdade com o prefeito Bruno Reis (União Brasil) quando era presidente da Câmara Municipal, em troca da vaga de vice na chapa de Jerônimo Rodrigues (PT) na batalha pelo governo do estado em 2022. Por fim, Geraldo é visto como quadro muito mais ligado à direita e incapaz de mobilizar a militância esquerdista em torno dele.
