JUAZEIRO

Juazeiro: Quem vai ter coragem de responsabilizar o governador pelo caos na saúde do município?

Nos últimos 16 anos a maternidade de Juazeiro tem sido alvos de críticas e reclamações, com diversos óbitos de recém-nascidos e parturientes.

Um cenário de horror e caos.

A maternidade está veiculada a Região Interestadual de Saúde do Vale do Médio São Francisco – Pernambuco e Bahia (CRIE PE/BA). A unidade atende 53 municípios, o que torna mais difícil a prefeitura de Juazeiro tomar conta sozinha da maternidade. Ela recebe um número de pacientes muito acima da sua capacidade, que tem apenas 50 leitos. Tem uma média mensal de 568 internamentos. Destes, 44% são de Juazeiro e 56% de outros municípios.

De acordo com a prefeitura, o Município recebe um valor de R$ 661.608,77 reais, mas as despesas giram entorno de R$ 2,5 milhões, ou seja, todo mês tem um déficit de mais de R$ 1,8 milhão.

Com o grande volume de atendimentos, acontece o óbvio, a superlotação! Que prejudica o atendimento e aumenta os riscos referentes à segurança do paciente. A capacidade física e de pessoal da maternidade é para 50 leitos, com a sobrecarrega os profissionais e impacta no serviço.

Durante os governos de Isaac Carvalho e Paulo Bonfim (ambos do PT) enfrentaram situações parecidas com atual gestão de Suzana Ramos, mas nunca tiveram coragem de fazer enfrentamento ao governo do estado para assumir a gestão da maternidade ou construir uma outra unidade. Como o governo do estado é do PT, é razoavel que Isaac e Paulo não pudessem enfrentar o governo do estado, mas Suzana Ramos (PSDB) deveria desde o início ter passado a gestão para o governo do estado.

No mês de dezembro de 2022, a prefeitura conseguiu a aprovação no Conselho de Saúde do município da proposta do repasse da administração da Maternidade de Juazeiro para a responsabilidade do Governo do Estado da Bahia. Mas o processo de transferência não andou.

Em março de 2023, a prefeitura solicitou à Central Interestadual de Leitos (CRIL) a suspensão de regulações de pacientes para a unidade.  A medida foi tomada em decorrência da superlotação da unidade que chegou a 200% de ocupação de leitos. Segundo a SESAU a Maternidade ultrapassou seu limite de internamentos. “A superlotação vem sendo constantemente informada à CRIL, contudo pacientes continuam sendo transferidas para a unidade. Hoje, temos 120 pacientes internadas”.

O governo do estado está construindo uma maternidade referência para gestação de alto risco, mas a obra se arrasta. De acordo com a propaganda, serão ao todo 178 leitos, dentre eles, 10 leitos de UTI Pediátrica e 10 UTI Neonatal, 10 de Unidade de Cuidados Intermediários Convencionais (Ucinco) e cinco de Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (Ucinca). Mas a obra de arrasta sem prazos para a conclusão.

De acordo com o ex-secretário Fernando Costa, durante a sua gestão foi apresentada uma proposta para o fortalecimento do Hospital Regional como hospital geral e o repasse da gestão da Maternidade de Juazeiro para o Governo do Estado da Bahia.

Essa semana dois bebês morreram no mesmo dia, principalmente pela falta de regulação, e em razão do hospital não tem uma UTI-Neonatal.

Até quando?

Ainda tem a situação caótica da UPA 24hs, conforme reza a portaria nº 2.821, de 28 de novembro dedo 2011, no seu art. 12. : As despesas de custeio mensal da UPA 24h são de responsabilidade compartilhada, de forma tripartite, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. Mas prática somente o município assume todo o passivo de reclamações e demandas

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