O advogado criminalista Marinho Soares, um dos alvos de mandado de busca e apreensão da Operação Cianose, deflagrada nesta quinta-feira(1), pela Polícia Federal (PF), é bem atuante nas redes sociais.
No Instagram, ele se apresenta como palestrante e consultor, doutorando e mestre em Direito e Oficial do Exército Agulhas Negras, na reserva desde 2014. Nas redes, ele tem fotos do ano de 2023 com o presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Luis Roberto Barroso, e com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes.
Em um vídeo nas redes sociais, o advogado também já questionou a criminalização de uma manifestação pacífica no mês de Julho deste ano, que pediu apuração de um caso de racismo na Embasa. “É muito fácil criminalizar mulher preta e pobre”, diz.
Neste ano, Marinho, que chegou a ser representante da OAB-BA no Conselho de Segurança Pública e Defesa Social do Estado, anunciou sua renúncia após uma polêmica. Segundo apurado pelo BNews, a decisão ocorreu após ele ter sido substituído por outro advogado, sem ter sido informado sobre a decisão pela OAB. A sua saída causou grande desconforto entre os advogados representantes do movimento negro.
O advogado criminalista também é professor universitário, mestre e especialista em Direito Penal. Ele é gestor em Segurança Pública e Justiça criminal pela Universidade Federal Fluminense. Tem especialização em Psicologia Jurídica pela UCAM. Ele também tem especialização em Base Geo-Histórica para formulação de Estratégias pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército.
Nesta manhã, ele foi surpreendido pela visita da Polícia Federal em sua casa. Nas redes sociais, ele desabafou após a ação policial e alega ter sido alvo da operação por ter recebido dinheiro de um cliente que defende. No vídeo, ele critica a operação: “Criminalizar a advocacia é um golpe fatal no Estado Democrático de Direito. Resultado, olharam tudo, e para não dizer que nada levou, levaram apenas meu celular”, disse o advogado.
A operação investiga o desvio de valores na aquisição de respiradores pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento Sustentável do Nordeste (Consórcio Nordeste).
Em Salvador, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em um escritório de advocacia no Edifício Millenium, localizado na Avenida Magalhães Neto, em Salvador, na Bahia. Os agentes também estiveram no Condomínio Mansão Victory Tower, residencial de alto padrão no Corredor da Vitória, área nobre da capital baiana.
Nesta fase, os agentes investigam o possível envolvimento de diversas instituições, empresários e advogados, na negociação, que tem sido alvo de críticas e questionamentos desde seu início, dada a urgência das compras e a necessidade de suprir a demanda hospitalar gerada pela crise sanitária causada pela Covid-19.
Os delitos investigados incluem crimes licitatórios, desvio de recursos públicos, lavagem de capitais e organização criminosa.
Fonte: Bnews
