Nataly Helen Martins Pereira, de 25 anos, presa pelo assassinato de Emilly Azevedo Sena, de 16 anos, em Cuiabá, buscava gestantes nas redes sociais antes do crime, segundo investigações do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
Emilly, que estava no nono mês de gestação, foi atraída para a casa de Nataly com a promessa de doações e assassinada para que seu bebê fosse roubado. O crime aconteceu na quarta-feira (12/03).
Na sexta-feira (14/03), Nataly passou por audiência de custódia e teve sua prisão em flagrante convertida em prisão preventiva. Ela confessou à Polícia Civil que agiu sozinha, motivada pelo desejo de ter um bebê, após sofrer dois abortos espontâneos.
Vídeos obtidos pela TV Centro América mostram que Nataly tentou contato com outras gestantes por meio das redes sociais, se oferecendo para “adotar” bebês. Em uma das conversas, ela alegou que a criança seria para uma amiga, tentando concretizar o plano de roubar um recém-nascido.
Em um dos áudios enviados, Nataly diz:
“Queria ver com você, se não conhece alguém gestante que não pode cuidar do neném e queira doar. Eu estou gestante! Mas tem uma moça do meu trabalho que está querendo adotar porque não pode ter filho. Ela quer levar a pessoa no médico, fazer todo o acompanhamento.”
Em outro trecho, ela menciona outra gestante:
“Tinha uma moça que queria doar para ela, estava de sete ou oito meses por aí. Só que, como não fez acompanhamento, ela não quis pegar. Porque assim, a gente não sabe como está o exame da mãe. Ela quer fazer as coisas certinhas.”
O crime
Emilly desapareceu na tarde de terça-feira (12) após sair de casa em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá, para buscar doações de roupas na casa de Nataly, no bairro Jardim Florianópolis.
Segundo o perito Jacques Trevizan, Emilly foi encontrada com lesões em “forma de T” no abdômen e ainda estava viva quando o bebê foi retirado. A jovem morreu devido à perda de sangue, e não por sufocamento, como cogitado inicialmente.
A Diretora Metropolitana de Medicina Legal, Alessandra Carvalho Mariano, destacou que os cortes foram precisos e demonstram conhecimento técnico, sugerindo que a assassina tinha noções médicas.
“O corte foi muito preciso e ela não hesitou, inclusive preservando camadas. Foi certeira no útero”, explicou.
Nas redes sociais, Nataly se apresentava como bombeira civil e socorrista. Após o crime, Nataly tentou registrar o bebê como seu no Hospital Santa Helena, em Cuiabá, alegando que havia dado à luz em casa. O comportamento da mulher chamou a atenção da equipe médica, que acionou a polícia.
A mãe de Emilly foi até o hospital e reconheceu a criança, que permaneceu sob os cuidados da equipe médica. O delegado Caio Albuquerque afirmou que o corpo da vítima foi encontrado em uma cova rasa, com sinais de enforcamento com fios de internet e cortes na barriga. Além disso, havia indícios de que Emilly tentou se defenderantes de ser morta.
Os três filhos de Nataly também passarão por exames de DNA para confirmar se são realmente seus filhos biológicos. A Polícia Civil segue investigando o caso, enquanto Nataly permanece presa preventivamente.