Indiscutivelmente o artista Ledo Ivo não está pleno da sua saúde mental, esses sinais estão claros há muito tempo, e não sabemos como a família e amigos mais próximos tratam ou estão tratando dessa situação.
Desde 2003 que o artista tem perrengues com prefeituras. Quando concluiu a sua mais importante obra, o Nego d’água. Feito de cimento e ferro e na lenda assusta pescadores e lavadeiras. Segundo Ledo Ivo, o pagamento deveria ser feito por meio de doação de um terreno no valor de R$ 130 mil, mas parece que à época a prefeitura não honrou o acordo.
Em novembro de 2024, novamente o artista Ivo protagonizou um protesto inusitado ao se acorrentar na Igreja Catedral de Petrolina para chamar a atenção da prefeitura em relação a uma dívida pendente.
No final da tarde dessa quarta-feira (28) a prefeitura de Juazeiro iniciou a retirada de várias obras do artista que estava expostas na praça Americo Tanuri e no contorno do bairro Novo Encontro, no bairro Centenário, foi o estopim para Ledo Ivo surtar e queimar árvores e lixos que estavam na praça.
Segundo o artista, “os galhos queimados das árvores é um ato de retaliação contra os vizinhos da Praça que quebraram parte de umas das obras”.
“O fogo ateado em um resto de sofá deixado na praça pelos ditos vizinhos, moradores e mais um saco de folhas e dois pneus velhos. Com o objetivo de reclamar da prefeitura uma posição”.
Ledo Ivo disse que se reuniu com o prefeito Andrei Gonçalves, e o mesmo, num ato de grande sensibilidade, prometeu criar o Parque das Pedras, um local que vai abrigar todas as suas obras.
As obras do escultor representam uma contribuição significativa para a arte pública e a valorização da identidade cultural do Vale do São Francisco. Com uma trajetória marcada por intervenções urbanas, Lêdo Ivo desenvolveu um estilo único que mistura crítica social, regionalismo e elementos do imaginário popular, consolidando-se como um dos principais artistas visuais do norte da Bahia.
A importância das obras de Lêdo Ivo vai muito além da estética. Elas representam uma forma viva de expressão cultural, denúncia social e democratização do acesso à arte. Em tempos de apagamento de memórias e homogeneização cultural, sua produção artística resiste como um grito escultórico em defesa da diversidade, da história e da liberdade criativa.