SAÚDE

Amamentação garante saúde e proteção para mãe e bebê

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a amamentação exclusiva até os seis meses de vida poderia evitar 13% das mortes de crianças menores de cinco anos em todo o mundo. No Brasil, o Ministério da Saúde reforça que o leite materno é o alimento mais completo para os primeiros meses de vida, oferecendo nutrientes e anticorpos essenciais.

No Dia da Amamentação, comemorado em 1º de agosto, profissionais da saúde reforçam a importância do aleitamento como uma prática que envolve cuidado integral, prevenção de doenças e fortalecimento do vínculo entre mãe e filho.

Para a médica ginecologista Isabele Azzem, docente do IDOMED (Instituto de Educação Médica), o aleitamento traz benefícios tanto para o bebê quanto para a mulher. “Durante a amamentação, há liberação de hormônios como a prolactina e a ocitocina, que além de favorecerem a produção do leite e a contração uterina, também contribuem para o bem-estar materno, ajudando a prevenir quadros de depressão pós-parto. É uma fase intensa, mas também de muita potência emocional e fisiológica”, explica.

A médica também destaca que o ato de amamentar deve ser protegido e incentivado desde o pré-natal. “É fundamental que a gestante receba orientações ainda durante o acompanhamento pré-natal, para que esteja segura e informada sobre os primeiros dias de amamentação. Quando a mulher entende o processo e recebe apoio, ela se sente mais confiante para enfrentar as dificuldades iniciais e perseverar”, afirma Dra. Isabele.

A professora Joana Maranhão, enfermeira responsável pelo Ambulatório de Saúde da Mulher da Wyden, reforça que o leite materno vai muito além da nutrição. “O aleitamento materno exclusivo até os seis meses é essencial porque oferece todos os nutrientes, anticorpos e calorias de que o bebê precisa para um desenvolvimento saudável. Ele protege contra infecções respiratórias, diarreias e reduz o risco de doenças crônicas no futuro”, explica.

Entre os benefícios para o bebê estão a proteção contra infecções e alergias, além da redução de doenças como obesidade, diabetes e hipertensão na vida adulta. Já para as mães, a amamentação auxilia na recuperação pós-parto, ajuda o útero a voltar ao tamanho normal e contribui para a prevenção de câncer de mama e ovário.

“Amamentar não é apenas nutrir, é também fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho. O contato pele a pele e o carinho durante a amamentação estimulam a liberação de ocitocina, o ‘hormônio do amor’, que promove bem-estar e apego emocional”, ressalta a enfermeira.

Apesar dos inúmeros benefícios, muitos mitos ainda cercam o tema. Joana Maranhão esclarece alguns equívocos comuns:

– “Leite fraco existe”: Mito. Todo leite materno é adequado e completo.

– “Mamar de hora em hora é errado”: Mito. O leite materno é digerido rapidamente e a amamentação em livre demanda é recomendada.

– “Se a mãe estiver doente, deve parar de amamentar”: Nem sempre. Em muitos casos, a amamentação pode continuar, conforme orientação médica.

– “Próteses de silicone impedem a amamentação”: Na maioria dos casos, não impedem.

As dificuldades, como pega incorreta e dor nos mamilos, são comuns, mas podem ser superadas com orientação. “A insegurança das mães é natural, mas é possível contar com o apoio de profissionais e serviços voltados para a amamentação”, completa Joana Maranhão.

Para a enfermeira, o momento da amamentação é uma oportunidade de conexão e proteção. “Amamentar é um ato de amor, conexão e cuidado. É também um direito da mãe e do bebê, que precisa ser respeitado e apoiado. A cada gota de leite materno, você está oferecendo proteção, carinho e um futuro mais saudável para seu filho”, conclui.

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