Moradores do Condomínio Assunção de Maria, em Juazeiro (BA), manifestaram preocupação diante do uso frequente de glifosato — herbicida associado a riscos ambientais e à saúde — na limpeza de terrenos não construídos dentro do espaço condominial.
De acordo com os relatos, a prática ocorre desde 2024, mesmo após alertas e pedidos formais dos condôminos para que o produto não fosse utilizado. Os moradores temem os impactos da substância em crianças, animais domésticos, no solo e na água.
Apesar dos questionamentos, a administração teria mantido o uso do herbicida sob a justificativa de reduzir custos, já que o glifosato é mais barato do que métodos manuais ou alternativas de capina e roçagem.
A situação se agrava diante da Lei Municipal nº 2.848/2020, que proíbe a utilização de agrotóxicos e herbicidas em áreas urbanas de Juazeiro, justamente para proteger a saúde da população e o meio ambiente. A própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já classificou o glifosato como “provavelmente cancerígeno para humanos”, reforçando o alerta.
Outro ponto crítico levantado pelos moradores é que a aplicação estaria sendo feita por trabalhadores sem capacitação técnica e sem o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que configura risco de intoxicação e descumpre normas de saúde e segurança do trabalho.
O caso já foi levado a órgãos de fiscalização, como o IBAMA e a Secretaria de Meio Ambiente (SEMA). Especialistas alertam que o uso de herbicidas em áreas residenciais representa ameaça à saúde pública, ao equilíbrio ambiental e à segurança dos próprios trabalhadores, e defendem que decisões desse tipo sejam tomadas com transparência e responsabilidade.



