A divulgação das conversas do deputado federal Léo Prates (PDT) expôs aquilo que muita gente já desconfiava nos bastidores de Brasília: um parlamentar que se comporta menos como um homem público fiel aos seus valores e mais como um ator político, moldando suas falas e seus votos conforme o cenário, conforme a plateia e conforme os grupos dos quais deseja agradar.
No vídeo revelado pela imprensa, Prates deixa claro que seu voto no processo de cassação do deputado Glauber Braga (PSOL) não é fruto de convicção, análise ou justiça. Pelo contrário: é fruto de conveniência. O próprio parlamentar admite que o voto será dado para “ficar bem na foto” com determinados segmentos, especialmente com o MBL, grupo com forte presença digital e influência política crescente.
O mais grave é que, pelas palavras do próprio deputado, se o cálculo político fosse outro, o voto dele também seria outro. Ou seja: Léo Prates votaria pela cassação ou contra a cassação, dependendo exclusivamente do que fosse mais útil para sua carreira, e não para o país, para a ética ou para os seus eleitores.
Esse comportamento revela um traço perigoso: um parlamentar que não age por princípios, mas por conveniência. Que não fala por coerência, mas por estratégia. Que não representa valores, mas interesses.
A verdade é que o vídeo não expõe apenas uma frase infeliz, expõe o caráter político de Léo Prates. E para qualquer servidor público, especialmente um deputado federal, caráter é patrimônio. Quando esse patrimônio se perde, o prejuízo é irreparável.
A repercussão desse episódio deve pesar bastante sobre a imagem do parlamentar, que agora enfrenta críticas não apenas pela posição que assumiu, mas pela forma calculada, teatral e oportunista com que decidiu votar. No fim das contas, a gravação escancarou aquilo que todo eleitor teme: um político que muda conforme o vento, conforme o interesse e conforme o público que precisa agradar.



