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STF articula afastamento de Deltan da Lava Jato, após vazamentos do Intercept

É destaque em alguns blogs de noticias que ministros do Supremo Tribunal Federal estão articulando medidas que devem resultar no afastamento de Deltan Dallagnol da Operação Lava Jato, em Curitiba.

Na quinta (1/8), a Folha divulgou, em parceria com o Intercept Brasil, mensagens que mostram que Deltan alimentava e tinha conhecimento de investigações que atingiriam o ministro Dias Toffoli e Gilmar Mendes por meio de suas esposas. Os ministros entenderam que Deltan usou a Lava Jato como instrumento de intimidação.

Segundo o jornal, são dois os caminhos estudados para afastar Deltan: um pela Procuradoria Geral da República, pressionando Raquel Dodge para tirar o procurador do comando da força-tarefa de ofício. Essa hipótese sofre resistência da chefe do Ministério Público Federal.

O segundo meio seria determinar o afastamento no âmbito do inquérito sobre as fake news que tramita no STF, nas mãos de Alexandre de Moraes.

Na noite de quinta, Moraes determinou que as mensagens apreendidas pela Polícia Federal na Operação Spoofing – que prendeu o hacker que Sergio Moro aponta como responsável pelo dossiê Intercept – sejam enviadas ao STF até a próxima semana.

“Diante de notícias veiculadas apontando indícios de investigação ilícita contra ministros desta corte [STF], expeça-se ofício ao juízo da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília solicitando cópia integral do inquérito e de todo o material apreendido” , determinou.

Moraes também determinou suspensão de investigação da Receita Federal que atinjam os ministros. Dois servidores foram afastados pelo ministro.

Além de Moraes, o ministro Luiz Fux – que apareceu no dossiê como alinhado à Lava Jato – acolheu ação movida pelo PDT e também requisitou as mensagens da Operação Spoofing.

No caso de Toffoli, há ainda a confirmação de que os procuradores de Curitiba sabiam que o ministro era citado em delação de Léo Pinheiro, da OAS. Mesmo com o candidato a delator dizendo que não havia corrupção na reforma de uma casa de Toffoli, Deltan insistiu que deveria existir investigação para forçar o magistrado a se declarar suspeito para tomar decisões na operação.

A ofensiva de Deltan ocorreu depois que Toffoli despachou pelo menos duas vezes contrariando os interesses da Lava Jato. Em uma delas, impediu Paulo Bernardo, ex-ministro e marido da deputada Gleisi Hoffmann, de ser preso por falta de fundamentação.

Ainda não está claro o vínculo entre o dossiê Intercept e o material do hacker de Araraquara.

Fonte: jornalggn

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