Na guerra do vale tudo da política de Juazeiro, os partidos e os líderes políticos das diversas matizes ideológicas, nunca e sempre tem a preocupação com a história dos candidatos, o grande interesse é se ele agrega votos para a legenda ou para o grupo político.
No cenário político nacional, o PT – Partido dos Trabalhadores para conseguir a eleição em 2002, teve que se aliar com a base política conservadora e a elite empresarial, e procurou também e obteve apoio da elite eclesiástica evangélica: Bispo Edir Macedo, Silas Malafaia e os donos das Assembleias de Deus. A força dos evangélicos com as suas pautas, foram incorporadas ao processo político, vem ganhando força, principalmente com o governo Bolsonaro.
Em Juazeiro, acontece a mesma coisa, os evangélicos desde o governo de Joseph Bandeira (quando estava filiado ao PT) tem participado ativamente do processo político. O pastor Manoel Marques (in memoriam) líder da Assembleia de Deus era um fervoroso cabo eleitoral de Bandeira, e claro, o seu rebanho obediente sigam as suas ordens.
A eleição de Isaac Carvalho (PCdoB) em 2008, longe de ser uma candidatura genuinamente de esquerda, trouxe como vice, a esposa de Pedro Alcântara, e teve na composição do governo, nomes como o de Flávio Luiz. E com eles as suas pautas conservadoras.
Em 2012, Isaac Carvalho teve como vice, o quase pastor, o “irmão Francisco Oliveira”, defensor de Marco Feliciano e ligado a Bancada da Bíblia. Com a chegada de “irmão Francisco” os evangélicos começam a fazer parte do governo, e com ele a defesa de suas pautas.
É no governo de Paulo Bomfim que a “Quarta-feira da benção” ganha mais força do que no governo de Isaac Carvalho. Toda quarta-feira um grupo de pastores e lideranças evangélicas se reúnem no gabinete do prefeito para fazer a oração de imposição de mãos no prefeito, numa clara evidência da mistura da fé com a política. A imagem da oração é meio surreal, um membro do partido mais comunista do Brasil, participando de uma cerimônia evangélica pentecostal.
Para os militantes de esquerda desavisados ou convenientemente cegos, fica a impressão que os partidos de esquerda estão preocupados com as pautas e as linhas ideológicas dos candidatos ou dos apoiadores. No discurso o afastamento dos políticos ou pessoas que defendam as ditas Bancadas da Bala (segurança pública), do Boi (agronegócio) e da Bíblia (evangélicos), é só jogo de retórica para estimular a militância a ir para rua defender as pautas subjacentes dos partidos.