JUAZEIRO

Coronavírus: Pandemia revela a importância do SUS

A pandemia do coronavírus trouxe importantes reflexões sobre a saúde, esta área tão vital no Brasil e em todo o mundo.

A necessidade de ampliação no número de leitos e da capacidade do setor público de saúde atender a população numa catástrofe pandêmica como a do coronavírus reafirma a tese da relevância dos investimentos públicos, do erro imperdoável de seguidos governos que cortam verbas das áreas de saúde, pesquisa e educação e do papel de grande alcance social do Sistema Único de Saúde (SUS) para a vida dos brasileiros.

Um relatório do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou que cerca de 2,8 mil municípios brasileiros gastaram menos de R$ 403,37 – média nacional – na saúde de cada habitante em 2017.

Desde que o SUS foi criado, há mais de 30 anos, cresceu a responsabilidade das cidades pelo financiamento do Sistema. Financiar a saúde é responsabilidade compartilhada pelas três esferas de governo: pelas cidades, estados e municípios. Em 28 anos de SUS, no entanto, diminuiu a parcela de recursos que o governo federal planejava, originalmente, destinar à Saúde.

Com os poucos recursos destinados pelo governo federal, muitos municípios ainda aplicam mal o que tem para investir na rede de saúde. Tornou-se normal o inchaço na folha de pagamento, compras superfaturas, fraudes nas licitações, tudo isso sob o olhar complacente das Câmaras de Vereadores.

Os trabalhadores estão acostumamos a reivindicar melhorias nos planos privados de saúde. Mas esta calamidade nos mostra mesmo é que é o SUS e o papel social do Estado que podem salvar vidas. Mesmo em nações mais ricas, como os EUA, onde não há sistema público, o setor privado mostrou-se um retumbante fracasso para proteger a saúde e a vida das pessoas. Planos privados de saúde só existem é para ganhar dinheiro. Para eles não existem pacientes, mas clientes”, avalia o sindicalista.

Cortes na saúde

Já em seu primeiro ano de gestão, o governo Bolsonaro cortou 4,3% em saúde, 16% em educação. O Ministério da Educação anunciou, em 2019, o corte de quase 12 mil bolsas de estudo em função dos cortes no orçamento na Capes, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

Esta pandemia põe por terra a crença nos mercados, no estado mínimo, nas privatizações e nas demais teses neoliberais que só têm um fundamento: acúmulo de riqueza para uns poucos e aumento da desigualdade social. Sim, o SUS é de relevante valor para o país e os governos têm de investir mais em saúde, pesquisa e educação. Não é só uma questão ideológica, mas humanitária. O mundo precisa humanizar o capitalismo.

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