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MPF vai apurar novas denúncias de vazamento da PF na Operação Furna da Onça

O Ministério Público Federal informou nesta segunda-feira (18) que vai investigar as novas denúncias de vazamentos na Superintendência da Polícia Federal do Rio, feitas pelo empresário Paulo Marinho.

Empresário e apoiador da campanha de Jair Bolsonaro à presidência, Marinho afirmou que o filho do presidente Flávio Bolsonaro foi avisado por um delegado da Polícia Federal sobre a Operação Furna da Onça, que levantou suspeitas sobre o ex-assessor dele, Fabrício Queiroz, de acordo com o G1.

A investigação do MPF está a cargo do Núcleo de Controle Externo da Atividade Policial. Os investigadores querem descobrir se policiais federais vazaram informações sigilosas para privilegiar alguém. Marinho vai ser ouvido.

A operação, desdobramento da Lava Jato no RJ, culminou na prisão de parlamentares do estado em novembro de 2018. Foi durante essa ação que os investigadores chegaram ao nome de Queiroz, suspeito de administrar um esquema de”rachadinha” no gabinete de Flávio Bolsonaro.

O vazamento da operação teria sido feito por um delegado da PF, segundo Marinho. O empresário foi um dos principais apoiadores da campanha de Jair Bolsonaro e é suplente do hoje senador Flávio Bolsonaro, então deputado. Várias reuniões do grupo político ocorreram na casa de Marinho.

O senador nega as acusações e atribui a denúncia ao suposto interesse de Paulo Marinho em obter a vaga no Senado.

Marinho disse que o encontro com o delegado teria ocorrido na porta da Superintendência da PF, na Praça Mauá. De acordo com a versão do empresário, participaram também o coronel Miguel Braga, chefe de gabinete do parlamentar, o advogado Victor Alves e Val Meliga, ex-presidente do PSL no Rio e irmã de dois milicianos.

O relato do delegado, segundo Marinho, foi de que Queiroz e a filha tinham sido citados num relatório do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).

“Vai ser deflagrada a operação Furna da Onça, que vai atingir em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. E essa operação vai alcançar algumas pessoas do gabinete do Flávio. Uma delas é o Queiroz e a outra é a filha do Queiroz (Nathalia), que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro (que ainda era deputado federal) em Brasília. Nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição (presidencial) ”, teria dito o delegado, segundo Marinho.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou, nesta segunda-feira (18), que reforçou o policiamento nas proximidades da residência do empresário Paulo Marinho.

O pedido havia sido feito por Marinho ao governador Wilson Witzel, após o empresário afirmar em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo que o senador Flávio Bolsonaro foi avisado com antecedência sobre a deflagração da Operação Furna da Onça.

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