Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) desenvolveu um projeto que pode contribuir para o aumento do número de respiradores pulmonares disponíveis nos hospitais da região do Vale do São Francisco. O grupo criou uma tecnologia que automatiza um respirador manual, conhecido como ambu. Com a automatização, o equipamento poderá atuar como um tipo de ventilador mecânico e colaborar na respiração de pacientes que necessitam de auxílio respiratório, mas não possuem problemas nos pulmões. Deste modo, será reduzida a demanda por respiradores pulmonares, aparelho mais complexo e vital para o tratamento de pacientes em estágio avançado de Covid-19.
A iniciativa parte de um grupo com nove pessoas, composto por docentes da Universidade, vinculados aos cursos de Medicina, Engenharia Mecânica e Engenharia da Computação, e funcionários do Hospital Universitário (HU-Univasf). A equipe de Mecânica atua na construção da máquina e dos aparelhos que fazem o seu motor funcionar, enquanto a Engenharia da Computação é responsável pelo sistema eletrônico que controla este funcionamento, adaptável às necessidades de cada paciente. Além disso, o grupo da área de saúde, que conta com integrantes da Comissão de Prevenção e Enfrentamento à Covid-19 da Univasf, orienta sobre o funcionamento da respiração mecânica e fiscaliza os parâmetros necessários para que haja aplicabilidade do produto.
O ambu é um aparelho utilizado no transporte de pacientes até o acoplamento de um respirador mecânico nas unidades de saúde. Este instrumento funciona como uma espécie de bolsa de ar que, para ventilar, exige que os profissionais da área de saúde realizem, manualmente, o constante movimento de pressionar e, em seguida, soltar o balão de ar do aparelho, de acordo com uma frequência específica.
A equipe estima que o custo total da produção de cada ambu automatizado gire em torno de R$ 1,1 mil. O produto foi construído com o intuito de ser acessível e possui custo abaixo em relação aos respiradores pulmonares, cujo valor, em condições normais, é estimado entre R$ 50 e R$ 150 mil, preços que estão mais altos no momento atual, em virtude da pandemia. O protótipo está em fase de testes e o objetivo da equipe é produzir o equipamento em maior escala e encaminhar os produtos ao HU-Univasf, que está responsável por receber pacientes em estado grave de Covid-19. Além disso, a meta do projeto é, ao concluir esta etapa, partir para a elaboração de um aparelho mais complexo.
Fonte: UNIVASF