A polarização voltou a tomar conta da internet numa briga desfrutuosa entre ‘Xovens’ que habitam a inóspita rede social Twitter e ‘Tiozões’ que zelam e cuidam da sua principal rede de notícias, o Facebook. A grande cisma destes dois extremos baseou-se numa notícia onde o Superman irá descobrir-se bissexual. Foi traumatizante para os tiozões tomar posse que o símbolo de virilidade iria se revelar membro ativíssimo da comunidade conhecida nos primórdios com três letras “GLS” e hoje, portadora do alfabeto quase inteiro.
As redes viraram verdadeiros campos de guerra –do jeito que Paulo Freire gosta- muitos pontos de vista, o verdadeiro Show do artigo V inciso IX da Constituição! Como em toda discussão, houve fanfarrões fazendo algazarra e abominando tudo. Foi o momento exato para os “conservafrênicos” falarem da conspiratória regra do “Marxismo Cultural” e usarem o termo “Volta para Cuba”, algo engraçado de se ver, rememorando o incrível ano de 2018 onde tivemos a eleição presidencial e a semelhança do surto coletivo dos dois extremos, da esquerda e direita.
Nossos amigos conservadores mostraram mais uma vez que são totalmente frágeis quando o assunto é sexualidade e personagens. Muitos esqueceram que o Superman não é um quadrinho com etariedade para bebês inocentes e longe de mácula, e sim, de categoria “Teen Plus”, portanto, para homens em seus 17 anos. Partindo deste ponto, o que conservadores intitulam de “Marxismo Cultural” foi realmente pensado por Antonio Graimsci, ele foi responsável por fazer uma releitura das ideias de Marx, e a partir disto, ele viu que os fatores econômicos influenciavam de “cima para baixo” a economia era a culminância da política, do direito, da cultura e da religião. Ele, em sua pressa para dominar a economia, inverteu os fatores, teve em seu coração o desgraçado desejo de modificar as coisas “de baixo para cima”, e é exatamente o que vem ocorrendo, a inversão de valores de modo sorrateiro, de modo calmo, a prova está aí, quem imaginaria que o Superman iria se tornar bissexual?
A única vontade de Antonio Graimsci é tornar comum o pensamento progressista, que no Brasil, é defendido pela esquerda. A ideologia, que tem por sua culminância, chegar à economia, passa antes pelo setor da bonita narrativa da esquerda, aceitar as minorias, ou melhor, todes –SIC-.
A esquerda que antes queria o fim dos Shoppings-centers, hoje quer um shopping para chamar de seu e pintar de arco-íris. Deixar índios, seringueiros e deficientes por lá.
Um simples boneco feito por designers e softwares de edições gráficas, carrega uma imensa história e desejo pelo domínio.
Guilherme Teixeira
Correção: Elinete Carvalho
