Mais comum entre os homens, exceto o de pele não melanoma, o câncer de próstata representa 29% dos diagnósticos da doença entre os brasileiros. Para este ano, as estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam 65.840 novos casos, com um risco estimado de 62,95/100 mil habitantes. Diante dos dados, o diagnóstico precoce continua sendo o foco da campanha internacional Novembro Azul porque eleva para mais de 90% as chances de cura.
A rotina de exames deve ser iniciada entre 45 e 50 anos de idade, se o paciente não apresentar histórico familiar, como sinaliza o oncologista Augusto Mota, coordenador do Serviço de Urologia Oncológica da Clínica AMO. “No entanto, a recomendação de exames de rastreamento muda para a população afrodescendente, devendo ser iniciada aos 40 anos. A orientação é sustentada por estudos que revelam mais chances de esses homens terem o câncer precocemente e desenvolverem a forma mais grave”, explica o oncologista Augusto Mota.
Ainda sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata ocupa a primeira posição em todas as regiões do país, com o mais alto risco estimado no Nordeste, com 72,35/100 mil; 65,29/100 mil no Centro-Oeste; 63,94/100 mil no Sudeste; 62,00/100 mil no Sul; e 29,39/100 mil no Norte, também segundo o Inca.
O principal fator de risco é a idade e, em cerca de 75% dos casos, a doença surge a partir dos 65 anos. Entre outros agravantes estão história familiar, fatores genéticos hereditários, tabagismo, excesso de gordura corporal e exposições substâncias comuns na indústria química, mecânica e de transformação de alumínio (como as aminas aromáticas), arsênio (usado como conservante de madeira e agrotóxico) e derivados de petróleo.
“É importante lembrar que o programa de rastreamento se aplica a todos os indivíduos que estejam em uma faixa de idade de risco para desenvolver o câncer de próstata, mesmo sem sintoma, já que, na maioria dos casos diagnosticados precocemente, a doença quase nunca apresenta sintomas”, completa o médico.
O diagnóstico pode ser feito por exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos. O toque retal e o exame de sangue para avaliar a dosagem do antígeno prostático específico (PSA) são os mais usados para identificar o tumor maligno da próstata e ainda precisam ser feitos com regularidade. “Mais recentemente foi incorporada a ressonância magnética multiparamétrica da próstata, mas esse exame só deve ser solicitado por um urologista depois de ter examinado o paciente”, pontua o oncologista, acrescentando que a confirmação do câncer se dá através da biópsia.
Evolução
A próstata é uma glândula exclusiva dos homens, localizada na pelve, logo abaixo da bexiga e na frente do reto (última porção do intestino grosso). É um órgão pequeno, tem a forma de uma maçã pequena e, quando normal, pesa usualmente cerca de 30 gramas. A próstata envolve a porção inicial da uretra e produz parte do sêmen.
“Alguns dos tumores da próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos, podendo levar à morte. A maioria, no entanto, evolui de forma lenta e silenciosa e muitos pacientes não apresentam sintomas”, observa Augusto Mota. Quando manifestam, são semelhantes aos do crescimento benigno da próstata (dificuldade de urinar, necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite, sangue na urina ou no sêmen).
Na fase avançada da doença os sintomas dependem de qual órgão tenha sido acometido, sendo o mais frequente a dor óssea, já que os ossos são a região mais comum para as metástases desse tipo de câncer.
Novembro Azul
“Tem próstata? Faça o exame”. Com esse mote, a campanha Novembro Azul da Clínica AMO chama a atenção para o preconceito e a vergonha de falar sobre o assunto, o que ainda ronda a população masculina, retardando ou até negligenciando cuidados essenciais à saúde.
Com uma linguagem direta e leve, as mensagens alertam para a importância da detecção precoce e chamam a atenção também para a adoção de hábitos saudáveis, com atividades físicas, equilíbrio pessoal, saúde mental e alimentação balanceada, além da rotina de consultas e exames com o urologista.
Durante todo o mês de novembro, as fachadas das unidades da AMO permanecerão iluminadas com a cor azul. Haverá live no Instagram sobre o tema e ação social para arrecadar alimentos para entidades filantrópicas. As cabines do pedágio da Linha Verde serão plotadas e material educativo será divulgado nas clínicas e nas redes sociais, com a participação de médicos e pacientes.
O movimento Novembro Azul surgiu na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata – 17 de novembro.
Fonte: Informe Baiano