O Brasil chega ao primeiro turno da eleição presidencial de 2022, neste domingo (2), com 11 opções na urna, mas é quase certo que o resultado caminha para duas possibilidades: a volta ao poder do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou a reeleição de Jair Bolsonaro (PL).
Há seis anos, em março de 2016, o atual presidente viajou a Curitiba e, em manifestação perto da sede da Polícia Federal, soltou foguetes para comemorar a condução coercitiva de Lula, que prestaria seu primeiro depoimento à Operação Lava Jato. Já naquela data, Bolsonaro falava como candidato à Presidência da República: “Pela primeira vez a direita vai mostrar sua cara. Temos propostas e temos voz. O processo da roubalheira do PT era um projeto político, que graças a Deus está acabando”, afirmou, em declaração à Gazeta do Povo.
Dois anos depois, em 2018, Lula começaria a cumprir a sua pena de 12 anos e um mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, e Bolsonaro seria eleito presidente da República. O petista nunca recebeu um veredito de absolvição – como tenta insistentemente sugerir ao longo desta campanha –, e as provas de sua participação em um megaesquema de corrupção com o objetivo de perpetuar o PT no poder continuam sendo robustas; mas, em uma sequência de decisões controversas com inegável teor político, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou a condenação dele em 2021 e definiu que Lula poderia se candidatar.
No meio-tempo das decisões do Supremo que recolocaram Lula no jogo, a pandemia da Covid-19 criou problemas inesperados para Bolsonaro. O presidente precisou lidar com os efeitos socioeconômicos das medidas de isolamento social, ao mesmo tempo em que entrava em intenso conflito com políticos de dentro e fora do governo, formadores de opinião influentes e o próprio STF por conta de seus posicionamentos polêmicos sobre lockdown, vacinas e tratamento para a Covid.
Mesmo após a passagem de Lula pela prisão e os efeitos negativos da pandemia sobre a imagem de Bolsonaro, a sensação de que a eleição estaria polarizada entre os dois cresceu progressivamente no país, seja pela falta de apelo popular dos vários políticos que se apresentaram como potenciais alternativas – a chamada “terceira via” –, seja pelo carisma das duas figuras que chegam como favoritas à disputa deste domingo.
A votação para as eleições de 2022, que ocorrerá de forma simultânea em todo o Brasil, começa às 8h do horário de Brasília e vai até as 17h deste domingo.