BRASIL

Por desnutrição, 7 crianças foram internadas por dia no Brasil em 2022

Somente no ano passado, 2.754 crianças menos de um ano de idade foram internadas por desnutrição no Brasil. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (23) pelo Observatório de Saúde na Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Com 480 casos, a Bahia foi o estado com maior número de hospitalizações infantis. Na sequência, aparecem Maranhão (280), São Paulo (223), Minas Gerias (205) e Pará (182).

Quando a avaliação é feita por cidades, Salvador (BA) lidera o ranking, com 159 registros. Depois, aparecem Brasília (65), São Paulo (43), Goiânia (35) e São Luís (29 casos).

Situação alarmante

O resultado de 2022 indica uma redução de 6% em comparação com o ano anterior. Todavia, ainda apontam para uma situação alarmante, classifica Cristiano Boccolini, coordenador do observatório, para o portal Metrópoles.

“No cenário atual, embora o sistema registre uma pequena redução no número de internações de bebês menores de 1 ano por desnutrição no país de 2021 para 2022, de 2.946 para 2.754 hospitalizações, podemos considerar que a tendência se mantém – o que é preocupante”, analisa o pesquisador.

O Nordeste apresenta a situação mais preocupante, com 1.175 registros de intenções de crianças por desnutrição. Na sequência, estão Centro-Oeste (777), Sudeste (617), Sul (376) e Norte (328).

A média de 2021 foi de oito hospitalizações infantis diárias, na época, o maior número absoluto dos últimos 13 anos.

Em outubro de 2022, dados parciais da Fiocruz já apontavam para um maior número de internações de crianças negras.

“Os dados também mostram que bebês negros (pretos e pardos) respondem por dois de cada três internações por desnutrição registradas entre janeiro de 2018 e agosto de 2022 no sistema público de saúde. Para o cálculo, foram considerados apenas os casos em que há registro de raça/cor. Entre 2018 e 2021, o país registrou 13.202 hospitalizações por desnutrição entre menores de um ano. Destas, 5.246 foram de bebês pretos e pardos, mas falta informação sobre raça/cor em um de cada três registros”, diz artigo da Fiocruz publicado em outubro do ano passado.

Fonte: Yahoo Notícias