O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pediu nesta quinta-feira (24), uma maior cooperação entre os países em desenvolvimento. Lula disse que ao assumir a presidência do G20, em dezembro, quer recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional.
A declaração aconteceu durante a reunião da Cúpula do Brics. Na ocasião, Lula pediu uma nova agenda de cooperação entre o Brasil e a África.
“Não podemos fazer isso sem maior representatividade para a África. Por isso, defendemos o ingresso da União Africana como membro do G20. Com minha vinda à África do Sul, de onde seguirei para Angola e para São Tomé e Príncipe, pretendo inaugurar uma nova agenda de cooperação entre o Brasil e a África”, explicou o presidente.
Segundo o presidente, o combate à mudança do clima possibilita a oportunidade de repensar modelos de financiamento, comércio e desenvolvimento. De acordo com Lula, existem outras formas sustentáveis de ampliar a produtividade agrícola, gerar renda e oferecer proteção social.
“A transição energética não pode reeditar a relação de exploração do passado colonial. Precisamos de soluções que diversifiquem e agreguem valor à produção de países em desenvolvimento. O sinal mais evidente de que o planeta está se tornando um lugar mais desigual é o crescimento da fome e da pobreza. Isso é inaceitável. Apesar da sua magnitude, esses problemas não são tratados com a urgência que merecem”, destacou.
Além disso, uma nova governança global também foi discutida durante o encontro da cúpula. Em discursos anteriores, Lula já tinha cobrado a modernização das instituições multilaterais, com ampliação da representatividade. O presidente reafirmou ainda em seu discurso a importância da cooperação desses países.
“A presença, aqui, de dezenas de líderes do Sul Global, mostra que o mundo é mais complexo do que a mentalidade de Guerra Fria que alguns querem restaurar. Em vez de aderir à lógica da competição, que impõe alinhamentos automáticos e fomenta desconfianças, temos de fortalecer nossa colaboração. Um mundo com bem-estar para todos só é possível com uma ordem internacional mais inclusiva e solidária”, completou.