Embora não quisesse ou o marqueteiro nas eleições de 2020 não fez uso, mas com certeza na condição de mulher, oriunda da zona rural, sem graduação no ensino superior, a prefeita Suzana Ramos reunia todos os atributos para reivindicar a sua condição de vítima do machismo e de misoginia, principalmente porque naquele momento sofria todos os tipos de ataques sórdidos.
Como seria importante naquele momento que Suzana Ramos tivesse denunciado os ataques, principalmente porque eles viam daqueles que mais dizem defender o empoderamento feminino na política e nas questões sociais.
E o mais terrível era ver mulheres que se diziam feministas ou empáticas a causa, atacarem sem piedade a pessoa de Suzana Ramos. E o trágico era que, essas mesmas mulheres faziam campanha para uma chapa empoderadamente masculina, com um delegado que foi a favor do golpe contra uma mulher, a presidenta Dilma Rousseff, em 2016.
Passada às eleições, Suzana Ramos continuou recebendo os mesmos ataques sórdidos. O machismo não engoliu ou digeriu uma mulher sendo eleita para prefeita de Juazeiro?
No último dia 12 de janeiro, durante um evento de assinatura de Ordem de Serviço de 4 milhões em obras, com participação expressiva de lideranças comunitárias e vereadores, Suzana Ramos desabafou sobre os ataques vem sofrendo e sofreu durante todo seus três anos da mandato. “Eles me agridem de toda forma, aquela história ainda existe o machismo no mundo, não aceitam uma mulher governando uma cidade, não aceitam que é uma mulher que tem feito muito por Juazeiro”.
Para eleições de 2024, possivelmente Suzana Ramos vai ser a única representação de candidatura feminina na urna para o cargo majoritário. No campo da esquerda ou da federação PT/PCdoB e PV, nunca lançaram uma mulher como candidata, embora existam muitas com capacidade técnica e política, mas elas preferem que um homem seja o candidato, e depois irão para as ruas lutar contra o machismo e a participação da mulher na política.
