JUAZEIRO

Opinião: Estratégia política é instrumento de mobilização e articulação

O movimento político normal se assemelha ao xadrez, em muitos aspectos. Neste cada peça ao ser movida tem antes as consequências disso avaliada no que poderá vir após a mexida.

Narrativas são produzidas e circunstâncias são geradas, muitas vezes como blefe para antever o que o adversário fará. Algumas vezes para medir o tamanho da sua força ou, em outros, para prever a forma e o poder de reação. E em algumas vezes serve apenas pra medir a extensão das suas alianças.

Mas, infelizmente em algumas situações e como é no xadrez, peças são sacrificadas para se alcançar a vitória. Isso, em geral, deixa as sequelas de mágoas e de ressentimentos pelo caminho. Por isso, quem se propõe ser um “mestre estrategista”, em Política, precisa estar pronto para lidar com casos indigestos, alguns se arrastando por toda uma vida.

Neste contexto, descrito acima, candidaturas são “sacrificadas”, alguns aliados são descartados unicamente pra se lograr o êxito na empreitada pretendida. E isso, inexoravelmente, produzirá rixas e cismas políticos irreparáveis e com feridas em disputas futuras.

Por conta disso, quem decidir se aventurar no seleto e predatório universo precisará estar bem municiado com bons aliados, com interesses e propósitos mútuos, para poder sobreviver quando as forças organizadas se mobilizarem, sejam elas de Esquerda, Centro ou de Direita. É que nessa hora o seu espectro político significará menos. O que mais aparece é a necessidade de sobrevivência dentro do cenário.

Teobaldo Pedro,
Filósofo e observador político.