BRASIL

Opinião: Juliana, Nadine e a escolha do Governo

Na mesma semana, dois fatos chocaram e mostram muito bem as prioridades do governo brasileiro. De um lado, Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru condenada por corrupção, recebeu todo apoio do Brasil. O governo aceitou o seu pedido de asilo político e até enviou um avião da Força Aérea para buscá-la, garantindo proteção e cuidados especiais, tudo em segredo e com gasto público. Do outro lado, Juliana Marins, uma jovem brasileira de 26 anos, caiu em uma cratera de vulcão na Indonésia e ficou quase cinco dias sozinha, tentando sobreviver ao frio, à fome e à dor. Mas o governo praticamente ignorou o caso, enviando apenas dois representantes do consulado e não fazendo nada para salvar uma brasileira que ainda estava viva e precisava de ajuda urgente.

É difícil entender como um país pode mobilizar tanta estrutura para proteger alguém envolvido em corrupção e, ao mesmo tempo, deixar uma jovem morrer sozinha longe de casa. Para que servem as embaixadas e consulados, se não para garantir que brasileiros estejam protegidos, mesmo fora do país? É urgente mudar essa realidade. Propostas de lei para garantir repatriação e socorro a brasileiros no exterior são importantes, mas não basta que fiquem só no papel. Cada vida tem que valer de verdade, sem diferença. E isso está acima de ideologias ou posicionamento político.

A morte de Juliana é um alerta que não pode ser ignorado. Ela precisa fazer a gente refletir sobre o que realmente importa: cuidar das pessoas, proteger vidas e não deixar ninguém para trás, independentemente de onde estejam. A sensibilidade e o compromisso do Estado precisam estar sempre a favor de quem precisa, especialmente dos mais vulneráveis, em situação de risco.

O Brasil precisa decidir que caminho quer seguir. Se vai continuar protegendo corruptos e esquecendo seus próprios filhos ou se vai se tornar um país que valoriza e cuida de cada cidadão, onde quer que esteja. Essa reflexão é fundamental para quem quer um país mais justo, humano e respeitoso com a vida humana em toda sua plenitude.

Teobaldo Pedro – Pastor

Deixe uma resposta