JUAZEIRO

Absurdo: Coveiros do Cemitério Municipal de Juazeiro trabalham sem equipamentos de proteção

Os cuidados para evitar a propagação do novo coronavírus vai além de pessoas vivas; isso porque cadáveres também são fontes de transmissão, já visto que ainda possuem secreções. Justamente por isso, desde que a COVID-19 se espalhou pelo mundo e chamou a atenção de autoridades brasileiras, funerárias e cemitérios vêm adotando medidas para proteger funcionários e familiares dos mortos.

Em Juazeiro, a prefeitura já suspendeu por tempo indeterminado os velórios nos dois cemitérios municipais e limitou a presença nos sepultamentos aos familiares próximos.

Numa manhã triste, um familiar flagrou dois funcionários do Cemitério Municipal de Juazeiro, carregando um caixão, acompanhados de outras duas pessoas equipadas devidamente com os equipamentos de proteção individual.

“Meu tio, irmão de minha avó morreu de covid 19, morreu às 06 da manhã, a família veio saber às 13hs. Os coveiros sem roupas adequadas”.

Cadeia de manipulação

Localizados no final da cadeia de manipulação de corpos, os coveiros também estão suscetíveis à contaminação, caso não tomem as medidas de prevenção necessária. Conforme nota técnica da Anvisa, publicada em 31 de março, “os encarregados de colocar o corpo na sepultura, em pira funerária etc. devem usar luvas e higienizar as mãos com água e sabonete líquido, após retirada das luvas”.

De acordo com os infectologistas, é muito importante tomar cuidado na hora de manipular os corpos suspeitos de COVID-19. Na hora da manipulação do corpo, se não tomar cuidado e se tiver a secreção, ainda que microscópica, é possível que haja a contaminação.

Os coveiros estão no final da cadeia deste setor e, portanto, estão muito menos suscetíveis à contaminação do que os funcionários que atuam no momento da autópsia. Quanto mais próximo do início dessa cadeia, maior o risco. Não só por uma questão temporal, mas também porque o corpo vai recebendo tratamentos e vai tendo contato com outras pessoas. Por mais que se embale e reembale, você manipula o corpo e depois a embalagem. Se todos as medidas forem tomadas, a pessoa no final vai ter menos risco.

Segundo especialistas, não há tempo determinado para que o vírus fique no corpo. “A questão é que, no corpo, pode ficar até dias. Quando está numa superfície inerte, ele não tem aquelas condições que o protege; fica sujeito à luz, vento e temperaturas mais elevadas”.

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