A decisão dos Estados Unidos de proibir a compra de petróleo, gás natural e carvão vindos da Rússia fez disparar os preços no mercado internacional e vai trazer impactos para dentro do Brasil. O mercado que já estava volátil ganhou mais um ingrediente relevante, fazendo disparar o preço dos barris de petróleo. No caso dos combustíveis, a Petrobras utiliza a paridade de preço internacional – considerando o preço do barril e o valor do dólar – para definir o valor a ser pago pelo consumidor, logo, a tendência é de aumento para os brasileiros.
Alternativas para diminuir impacto
Impactado pela volatilidade do mercado, o governo brasileiro cogita subsidiar o preço dos combustíveis como forma de amenizar o impacto sobre o consumidor. A ideia inicial é minimizar por até seis meses o aumento que será aplicado.
A fonte dos recursos para viabilizar o subsídio pode ser o pagamento de R$ 37 bilhões que a Petrobras fará ao governo brasileiro como dividendos do lucro de mais de R$ 100 bilhões registrado em 2021.
Economia russa como alvo
Ontem, ao anunciar o banimento de importação oriunda da Rússia, Biden utilizou a justificativa de estar “mirando na principal artéria da economia da Rússia”. A decisão foi acompanhada pelo Reino Unido, que estabeleceu o final de 2022 como prazo para encerrar a importação do petróleo, gás e carvão vendidos pela Rússia. Em seu discurso, Biden destacou ainda que não vai “subsidiar a guerra de Putin”. Segundo ele, é um jeito de evitar que o dinheiro lucrado na venda desses produtos seja utilizado para subsidiar a guerra.
“Ele quer basicamente cortar as fontes de lucro russas para tentar fazer com que Putin não tenha condições econômicas de continuar com essa guerra”, afirma Maria Eduarda. A pesquisadora pondera que a decisão não deve ter um impacto significativo imediatamente, uma vez que a Rússia mantém relações econômicas de petróleo e gás muito mais significativas com outros países do globo como China, Alemanha e Holanda. Em 2021, os EUA tiveram apenas 8% do petróleo que importam oriundo da Rússia. Os EUA podem suprir esse espaço com a compra de petróleo da Venezuela. A Rússia, por sua vez, proibirá a exportação de commodities em resposta às retaliações.