Um projeto que pode derrubar a internet de todo o país está dando o que falar. O responsável pelo planejamento é o governo do Ceará, que estuda a possibilidade de uma usina tirar sal da água do mar e abastecer a população de Fortaleza.
Apesar da proposta ainda não ter saído do papel, os governantes já estão em embate direto com as empresas do setor de internet.
O problema é que a Praia do Futuro, em Fortaleza, é o local onde a usina de dessalinização será construída. E é lá que também existe um hub, um ponto de conexão de cabos submarinos que ligam o país a outras regiões do planeta (África, Europa e América do Norte e Central).
Essa localização é estratégica porque Fortaleza fica em um ponto central entre a África, a Europa e os Estados Unidos, que concentram a maior parte dos dados de internet no mundo.
O grande problema é que, segundo o Ministério das Comunicações, 90% do tráfego de internet do Brasil passa pelo local e, com a construção da usina, pode ocorrer rompimento nos cabos no mar e, principalmente, na terra, o que levaria a um apagão de internet no país.
“Normalmente, quando tem uma ruptura de uma infra estrutura dessa demora de 40 a 50 dias para ser restabelecido o serviço, então você imagina o impacto que teria, por hipótese, se houvesse um problema com essa infraestrutura, numa região que são os hubs. Eu não estou falando só de uma subestação. Estou falando de diversas subestações na região”, diz Luiz Henrique Barbosa, da Associação de Prestadores de Serviços de Telecomunicações em entrevista ao Jornal Nacional.
Responsável pela contratação do projeto, a Companhia de Água e Esgoto do Ceará, por sua vez, garante que o ponto de captação da água do mar já foi deslocado para uma área que fica a mais de 500 metros de onde passam os cabos submarinos, e que o terreno destinado à usina permanece a cerca 50 metros do trecho dos cabos instalados em terra, impedindo quaisquer riscos.
